Vamos falar de depressão

Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), o grau de incapacitação devido aos transtornos depressivos é maior do que em qualquer outra doença. Estima-se que até 2020, a depressão será a segunda causa de incapacitação no mundo.

Para McGuffin, Katz, Bebbignton, 1988), importa como interpretamos eventos em nossas vidas e não só a natureza deles.
As características mais típicas dos estados depressivos podem ser os sentimentos de tristeza e vazio, mas temos que prestar atenção aos comportamentos onde os indivíduos deixam de sentir prazer em suas atividades, no geral, mostrando-se cansados e sem energia. Em alguns casos têm sentimento de culpa e julgam-se um peso para as pessoas próximas e sua atenção fica comprometida e lentificada.
Dentro dos sintomas fisiológicos podemos destacar alteração do sono como: insônia ou hipersonolência, alterações no apetite e redução do interesse sexual. Nos comportamentais estão o retraimento social, crises de choro, comportamentos suicidas, retardo psicomotor ou até mesmo agitação. Podemos destacar também as funções circadianas como a regulação da temperatura e ritmo de produção de cortisol.
A depressão pode ter características melancólicas, psicóticas, catatônicas. E ela pode ser crônica como as distimias; atípicas, caracterizadas pela sua reatividade (transtornos bipolares) ou sazonais que podem estar relacionadas com as estações do ano.
O diagnóstico dos estados depressivos devem ser levados em conta se os sintomas são primários ou secundários a doenças físicas ou ao uso de drogas e medicamentos.

Alguns autores falam em depressão endógena, ou seja, de determinação genética; depressão situacional que é determinada por situações conflituosas ou traumatizantes, dependendo da relação do indivíduo com o ambiente e também depressão sintomática que pode ser decorrente de uma doença orgânica ou física, ou ainda pela administração de algum medicamento. Sendo que a forma mais comum de classificação é a bipolar caracterizada por longos períodos de depressão, intercalados com episódios de mania (euforia) ou unipolar que passa por um estado continuo ou periódico de depressão, sendo recorrente.

As mulheres apresentam quadros de depressão duas vezes mais que os homens e podem estar ligados a fatores hormonais. Já em homens podem estar associados ao uso abusivo de álcool ou outras drogas, ou ainda pelo fato de trabalharem exaustivamente. E nos homens ela aparece não como desamparo ou desesperança, mas sim em forma de irritação e raiva, o que torna o diagnóstico mais desafiador.
O tratamento de depressão requer um diagnóstico qualificado e uma avaliação médica, juntamente com uma aliança terapêutica sadia.
Procure ajuda profissional.

Por: Rosana Cibok
Fonte: Revista Brasileira de Psiquiatria