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Cientistas usam hipnose para simular efeitos da sinestesia

Para a maioria de nós, cheiros não possuem cores, assim como cores não possuem forma. A não ser que você seja um sinestésico. Para estas pessoas, os estímulos do mundo exterior são mistos: alguns são capazes de provar palavras ou ouvir flashes de luz. Até agora, o resto de nós tinha que se contentar com nossos sentidos comuns. Mas novas pesquisas sugerem que é possível usar sugestões hipnóticas para produzir alucinações visuais que refletem comportamentos similares à sinestesia.
Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Skövde, na Suécia, e da Universidade de Turku, na Finlândia, decidiu descobrir se experiências sinestésicas são imutáveis e exclusivas para as pessoas que possuem essa condição ou se outras pessoas podem ser condicionadas a sentir essas experiências também.
As estimativas colocam a prevalência da sinestesia entre uma em cada 200 pessoas e uma em cada 20.000. Ela se apresenta de várias maneiras, desde sons vistos como cores até a rara capacidade de sentir um toque experimentado por outra pessoa. O que todos têm em comum é a percepção de uma sensação geralmente causada por um estímulo diferente. Os cientistas atualmente acreditam que a condição é causada por algum tipo de “fiação cruzada” neurológica que acontece durante o desenvolvimento do cérebro.
Hipnose
Algumas pesquisas anteriores já exploraram a produção de experiências de sinestesia quimicamente, mas os resultados não foram conclusivos. Mas outras mostraram que efeitos semelhantes podem ser replicados usando sugestões hipnóticas. Para testar esse método, os pesquisadores colocaram 61 voluntários de uma aula de psicologia introdutória em um teste de suscetibilidade hipnótica.

Após a triagem, 8 voluntários foram submetidos a um teste de percepção comum chamado tarefa Stroop. Metade dos voluntários eram sujeitos suscetíveis à hipnose, ​​e a outra metade era um grupo de controle, com pessoas que não eram fáceis de hipnotizar.
A tarefa envolvia nomear as cores de um conjunto de formas em uma tela.
Em seguida, os sujeitos de teste tiveram um gatilho disparado em seus cérebros através de uma sugestão hipnótica que havia sido implantada durante uma sessão anterior. Depois de ouvirem as palavras “em breve vou contar até três …”, eles foram instruídos a ver todas as formas com uma cor específica, independentemente da sua cor real. Suas respostas foram registradas, e seus olhos foram seguidos com um software de rastreamento de movimento.
Do grupo altamente hipnotizável, três mostraram através de suas respostas verbais e movimentos oculares uma forte associação de sinestesia entre o símbolo e sua cor. “Dois participantes relataram que eles experimentaram visualmente os símbolos como tendo a cor sugerida: em um caso com plena consciência de fazê-lo e em outro caso não”, diz o neurocientista Sakari Kallio, da Universidade de Skövde.

Um terceiro mostrou alguma dificuldade adicional de nomear cores depois de ouvir as palavras do gatilho.
Por ter um número muito pequeno de voluntários, o estudo não pode ser mais do que um ponto de partida para outras pesquisas. Além disso, embora existam semelhanças com a sinestesia, é impossível estabelecer uma ligação sólida entre uma sugestão hipnótica e a própria condição apenas com base em algumas observações.
Combinado com outros estudos, entretanto, ele pode nos ajudar a entender mais sobre a relação entre percepção e sensação e a forma que nosso cérebro faz com que tudo funcione.
[Publicado em Science Alert: http://www.sciencealert.com/experience-synaesthesia-hypnosis-stroop-testsinestesia]

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